Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia / Jovem adulto / Literatura Estrangeira / Romance
Páginas: 352
Avaliação: 3/5 (razoável)
Sinopse: Quando foi sorteada para participar da Seleção, America não imaginava que chegaria tão perto da coroa - nem do coração do príncipe Maxon. Com o fim do concurso cada vez mais próximo, e as ameaças rebeldes ao palácio ainda mais devastadoras, ela se dá conta de tudo o que está em risco e do quanto precisará lutar para alcançar o futuro que deseja.
America já fez sua escolha, mas ainda há muitas outras em jogo... Aspen, seu antigo namorado, terá de encarar um futuro longe dela. E Maxon precisa ter certeza dos sentimentos da garota antes de tomar a grande decisão, ou acabará escolhendo outra concorrente. (
Skoob)
Antes de continuarmos, sinto a necessidade de informar que spoilers serão comentados no decorrer da minha opinião. Então, se você ainda não leu o segundo ou mesmo o primeiro volume, recomendo que pare aqui mesmo - muito embora talvez a sinopse já tenha oferecido alguma coisa. Caso não se incomode com isso, sinta-se à vontade pra continuar a leitura.
Não sei como começar a opinar sobre esse livro sem já dizer de cara o quanto ele é controverso pra mim. Enquanto diversos pontos considerados defeituosos por mim nos volumes anteriores foram consideravelmente melhorados, o final desse terceiro volume me é ruim o suficiente pra baixar um ponto na avaliação em relação aos seus antecessores. Embora, no geral, diversos comportamentos de algumas personagens começaram a parecer mais realistas, diversos outros arcos pareceram simplesmente jogados pra que o leitor aceite de qualquer forma e isso influenciou de forma direta pra o resultado negativo no final do livro.
Quando A Elite termina tentando nos levar a crer que America será expulsa da Seleção mas nos traz Maxon - novamente - intercedendo por era após toda a situação de mais uma - embora mais cruel - invasão rebelde, A Escolha começa nos trazendo a esperança de que finalmente as coisas ficarão realmente bem entre eles e que, no final das contas, o inimigo será outro, e não as outras selecionadas. Felizmente, essa esperança é confirmada ao conseguirmos ver tanto America quanto Maxon se esforçando pra ficarem juntos mais do que nos volumes anteriores. Muitas das dúvidas que ela sentia a cada tropeçada de qualquer que fosse seu interesse amoroso finalmente foram amenizadas e reduzidas a praticamente nada, o que já nos traz um novo frescor no último volume. Já ele, que antes já se apresentava decidido e ciente do seu amor por America, está agora mais focado no que pretende fazer após casar com ela, não despendendo tempos absurdos unicamente com a Seleção.
Outro ponto interessante é a carga cômica que a autoria assumiu em alguns pontos específicos - e certeiros - do livro, já que temos desde Maxon se divertindo horrores com uma tentativa realmente sedutora, mas nada America-de-ser, da protagonista tentando seduzi-lo, até situações envolvendo as próprias selecionadas e suas opiniões entre si. Não dá pra caracterizar como um livro de comédia mas de fato trouxe sentimentos novos ainda em tempo pra leitura.
Agora sobre o que foi ruim como um soco no meio da cara... Se antes o rei Clarkson já não podia ser descrito como uma personagem não caricata, nesse último volume ele não apenas pode ser visto como clichê, mas também inepto e imbecil. Claro que em nenhum momento o achava um grande estrategista ou uma mente brilhantemente maligna, mas daí passar mais de um volume da trilogia aterrorizando America e se portando como o todo poderoso do reino pra no final de tudo não apenas não ter nenhum plano com relação à manutenção de seu poder naquela sociedade fragilizada como também morrer rapidamente numa rebelião rebelde que nem chegou a ser narrada? Não só ficou um absurdo como nega ao leitor o que poderia ter sido um clímax melhor do que qualquer outro dentre todos os livros da série. Eu já falei anteriormente que entendo o foco do livro não ser a política, mas sim o romance, e por isso não termos como acompanhar um desenvolvimento mais profundo sobre o assunto. Mas cá entre nós... Se eu não pretendo te mostrar algo ou se esse algo não for realmente o meu forte em narrações e desenvolvimentos, eu nem deveria nem mencionar. Fazendo exatamente o contrário, a autora não apenas escancara sua inaptidão em política e no desenvolvimento da mesma como também nutre no leitor um sentimento de que ele chegará em algo que, na realidade, nunca irá acontecer, tendo em vista que não sabemos praticamente nada da última rebelião rebelde já que temos apenas o ponto de vista da America e ela fica o tempo quase inteiro presa sozinha em um abrigo. Então depois é como se desse um salto enorme no tempo - quando na verdade não -, porque, ao sair de lá, é jogado na nossa cara que o rei e a rainha morreram (hã?), Aspen de repente está apaixonado por Lucy (hã??) e Maxon simplesmente aceitou na boa que estava num triângulo amoroso sem saber, perdoa America sem exigir qualquer explicação (apesar do discurso dele ter sido bonito, no contexto não faz sentido) e pá!, já partimos pra o casamento dos dois assim, do nada. Ah! Sem falar na morte aleatória de Celeste que pareceu mais pra nos causar alguma emoção já que, DO NADA, a mulher decidiu ser amiga de America só porque ela foi compreensiva ao vê-la chorar. Oi??? Não, né. Mais respeito com seus leitores, Kiera.
Enfim, não quero continuar me prolongando nesse tipo de coisa. Acredito que já tenha ficado claro o ponto onde queria chegar. Se não fosse por esse final ridículo, talvez a série tivesse permanecido linearmente bem avaliada (pra mim, é claro) ou mesmo o último volume poderia fechar ainda melhor que os anteriores, mas não foi o caso. Entretanto, não quero com isso dar a entender que não gostei de A Escolha. O coloquei como "razoável" realmente porque esse final não tem como engolir. Mas no que se refere ao desenvolvimento e à fluidez da história, é tão bom quanto os anteriores e ouso dizer que em alguns momentos é até melhor.
"Obedeci, e mais uma vez fui espremida pelo vestido. Pensei em um soldado que se preparava para a guerra. A armadura era diferente, mas a ideia, a mesma. Naquela noite eu ia derrotar um homem."
"As melhores pessoas sempre carregam alguma cicatriz."
"Maxon, algumas dessas cicatrizes estão nas suas costas para que não estivessem nas minhas, e eu amo você por isso."
Então é aqui que terminados as resenhas da trilogia A Seleção. Temos A Herdeira vindo logo em seguida com uma nova protagonista mas prefiro descansar um pouco desse universo e partir pra algumas leituras mais nada a ver com isso rs Então fiquem ligados que teremos algo mais diversificado nos próximos posts. Espero que gostem!